segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Questões sobre compra e venda

1 – Maria celebrou contrato de compra e venda da marca X com Pedro, pagando sinal de 10 mil reais. No dia da entrega do veículo, a garagem de Pedro (vendedor) foi invadida por bandidos, que furtaram o referido carro. A respeito da situação narrada verifique se o contrato de compra e venda já estava aperfeiçoado.
Não já que a compra e venda de veículo se aperfeiçoa com a tradição da coisa. Como ainda não ocorreu a efetiva entrega do bem, os riscos da coisa são do vendedor. Na situação acima Pedro deve, ainda, devolver o sinal de 10 mil reais pagos por Maria.

2 – Discrimine a natureza jurídica do contrato de compra e venda?
Consensual e (em regra) não solene;
Sinalagmático (ou bilateral);
Oneroso
Pode ser de adesão ou partidário;
Pode ser comutativo ou aleatório;
Pode ser de execução instantânea, continuada ou diferida.

3 – Quais são os elementos essenciais do contrato de compra e venda?
Da leitura do art. 482 do Código Civil é possível extrair os seguintes elementos essenciais do contrato de compra e venda:
a) o consentimento;
b) a coisa;
c) o preço.

4 – Contrato de compra e venda gera apenas direito pessoal, de caráter obrigacional? Explique.
Não. O objeto da relação jurídica de direito real é a coisa em si. Ao passo que a relação obrigacional dos direitos pessoais tem como objeto imediato a prestação que pode ser exigida pelo credor ao devedor.

5 – Contrato de compra e venda pode ter como objeto coisa futura? Cite exemplos e caso a coisa futura não venha a existir, quem responderá por esse infortúnio.
O Código Civil em seu art. 483 admite que a compra e venda tenha por objeto coisas atuais ou futuras.
Por coisa atual entende-se o objeto existente e disponível, ao tempo da celebração do negócio; a coisa futura, por sua vez, é aquela que, posto ainda não tenha existência real, é de potencial ocorrência. Imagine-se, por exemplo, a compra de uma safra de cacau que ainda não foi plantada. Em tal caso, o contrato ficará sem efeito se a coisa não vier a existir, consoante previsto no mesmo dispositivo, ressalvada a hipótese de as partes terem pretendido pactuar contrato aleatório.

6 – Quais são as possibilidades de definição ou ajuste de preço no contrato de compra e venda, segundo o Código Civil?
a) Em princípio o preço deverá ser fixado pelas próprias partes, segundo a autonomia de suas vontades.
b) Não há óbice, porém, a que o preço seja indicado por terceiro, a ser designado pelos próprios contraentes.
c) Nada impede, outrossim, que se deixe a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar (art. 486).
d) O art. 488 do Código admite a utilização do costume praeter legem, segundo as vendas habituais da parte vendedora, em caráter supletivo, caso o contrato seja convencionado sem fixação de preço ou de critérios para a sua determinação, e não houver tabelamento oficial.
e) Não havendo acordo, por ter havido diversidade de preço, prevalecerá o termo médio, ou seja, o valor médio resultante dos preços praticados pelo vendedor nos últimos tempos, na forma do parágrafo único do mencionado art. 488.

OBS: É nulo de pleno direito o contrato de compra e venda quando se deixe ao exclusivo arbítrio de uma das partes a fixação do preço (art. 489).

7 – No contrato de compra e venda que arca com as despesas do contrato e da tradição?
A resposta é encontrada no art. 490 do Código Civil:
Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.

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